Um dos assuntos discutidos no Symposium on
Excellence in Higher Education realizado de 23 a 24/01 pela Fapesp e Academia
Brasileira de Ciências foi o desenvolvimento no Brasil de universidades de
classe mundial.
Leia alguns trechos:
Ao mesmo tempo em que a excelência de ensino deve ser a meta de todas as
universidades brasileiras, algumas poucas instituições do país teriam hoje
condições de dar um salto de qualidade e tornarem-se de classe mundial em
pesquisa científica.
A diferenciação no sistema de ensino, reconhecendo as instituições com
vocação para desenvolver pesquisa de nível internacional, tem sido apontada
pela ABC há pelo menos uma década, quando foi publicado o documento
"Subsídios para a Reforma do Ensino Superior", lembrou Hernan
Chaimovich, vice-presidente da ABC e assessor especial da Diretoria Científica
da Fapesp.
Para o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes) e Acadêmico Jorge
Guimarães, entre
os desafios que terão de ser enfrentados pelas instituições no caminho
para desenvolver pesquisa de classe mundial, destacam-se as necessidade de
maior autonomia e sistemas eficientes de governança, internacionalização das
operações de ensino e pesquisa (o que inclui aumentar o número de colaborações
internacionais efetivas, maior mobilidade de alunos e pesquisadores, aumentar o
número de cursos regulares oferecidos em outras línguas, atrair estudantes e
pesquisadores estrangeiros e aumentar o número de publicações com parceiros
internacionais), redução no número de horas que o estudante passa em sala de
aula, investimentos em residências estudantis dentro do campus.
Ao falar sobre os desafios para alcançar a excelência em pesquisa, o
diretor científico da Fapesp e Acadêmico Carlos
Henrique de Brito Cruz, comentou que, embora a produção científica brasileira tenha
crescido significativamente nos últimos anos, o impacto dos artigos publicados
continua abaixo da média mundial - atrás de países como Argentina, Espanha,
China e Coreia do Sul.
Para a presidente da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Acadêmica Helena Nader,
o peso da ciência que cada universidade produz é um fator relevante e,
portanto, o investimento não pode ser o mesmo para todas as instituições.
Renato Pedrosa, do Centro de Estudos Avançados (CEAv) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), defendeu a necessidade de autonomia para que as instituições definam internamente a forma de contratação e promoção de docentes, bem como a estruturação da carreira acadêmica.
Para Pedrosa, as instituições não devem
ficar presas ao modelo de estatuto do funcionalismo público e deveriam poder
desvencilhar, quando necessário, as atividades de ensino e de pesquisa, criando
diferentes modelos de carreira acadêmica de acordo com a vocação de cada
instituição.
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