Em nota publicada pela Science em 04 jan., cientista social levanta questões interessantes sobre a comunicação científica na era da web 2.0: ao mesmo tempo que a internet preenche lacunas trazendo informações científicas para o público leigo, ela pode também proporcionar distorções sobre a ciência dependendo de como e por quem as informações estão sendo divulgadas na rede.
Nove entre dez usuários da internet nos
USA usam motores de busca para encontrar informações, e 60% do público busca
informações em listas e sites sobre questões científicas específicas como sua
fonte primária de informação. Isso cria a urgência para que os cientistas
atentem a essa tendência divulgando a
literatura acadêmica e a comunicação científica na internet:
Entre o público
estadunidense, o tempo gasto na web tem sido
relacionado com atitudes mais positivas
sobre a ciência. Um exemplo disso é o apoio de internautas à pesquisa científica de base.
Pesquisas sugerem que a disponibilidade de notícias sobre ciência na internet
pode fornecer informações a públicos com
diferentes formações educacionais. Em outras palavras, fontes sobre ciência online podem estar
ajudando a estreitar e preencher as lacunas causadas em parte pela cobertura
científica na mídia tradicional, que tende a se adaptar para públicos com
maiores níveis educacionais. Infelizmente, dados semelhantes para outros países
não estão disponíveis ainda.
(...)
A web está
abrindo um novo mundo de informações
científicas accessíveis facilmente para os leigos, ou estamos nos movendo em
direção a um ambiente de comunicação científica online no qual o conhecimento e
a formação de opinião estão sendo
moldados pelos sistemas de busca que
apresentam os resultados, estreitando nossas escolhas informacionais?
(…)
Os
ambientes online estão provendo o público com grandes oportunidades para se
conectar à ciência, mas os cientistas sociais estão somente começando a
entender a natureza dessas conexões e seu resultado potencial sobre como as
pessoas entendem as questões científicas. Além disso, novos instrumentos de
coleta e análise de dados têm criado oportunidades para colaborações
interdisciplinares entre ciência da computação, lingüística computacional e
outras ciências sociais. Essas colaborações irão ajudar na análise das
interações público-mídias na web 2.0 em mais cenários generalizáveis do mundo
real.
Um mundo
no qual uma em cada sete pessoas usa ativamente o Facebook, e mais de 340
milhões de tweets estão sendo postados todos os dias não é mais o mundo do
futuro da comunicação científica. É a realidade de hoje. Cientistas e
Cientistas Sociais devem explorar resultados de interações online sobre ciência
com maior detalhamento. Esse trabalho terá que ser baseado em ciência social
empírica rigorosa no lugar de conjecturas sem evidências científicas sobre como
comunicar ciência complexa e algumas vezes controversa, nestes novos ambientes
informacionais. Sem usar a pesquisa aplicada sobre como melhor comunicar online
a ciência, corre-se o risco de criar um futuro onde as dinâmicas dos sistemas
de comunicação online terão um impacto mais forte nas visões do público sobre
ciência do que a pesquisa específica que os cientistas estão tentando
comunicar.
Leia a nota na íntegra:
Science, New Media, and the Public
Fontes:
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