quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Comunicação Científica e o Público em geral

Em nota publicada pela Science em 04 jan., cientista social levanta questões interessantes sobre a comunicação científica na era da web 2.0: ao mesmo tempo que a internet preenche lacunas trazendo informações científicas para o público leigo, ela pode também proporcionar distorções sobre a ciência dependendo de como e por quem as informações  estão sendo divulgadas na rede.

Nove entre dez usuários da internet nos USA usam motores de busca para encontrar informações, e 60% do público busca informações em listas e sites sobre questões científicas específicas como sua fonte primária de informação. Isso cria a urgência para que os cientistas atentem a essa tendência divulgando a  literatura acadêmica e a comunicação científica na internet: 

Entre o público estadunidense, o tempo gasto na web tem sido  relacionado com atitudes mais positivas  sobre a ciência. Um exemplo disso é o apoio de  internautas à pesquisa científica de base. Pesquisas sugerem que a disponibilidade de notícias sobre ciência na internet pode fornecer  informações a públicos com diferentes formações educacionais. Em outras palavras,  fontes sobre ciência online podem estar ajudando a estreitar e preencher as lacunas causadas em parte pela cobertura científica na mídia tradicional, que tende a se adaptar para públicos com maiores níveis educacionais. Infelizmente, dados semelhantes para outros países não estão disponíveis ainda.

(...)

A web está abrindo um novo mundo  de informações científicas accessíveis facilmente para os leigos, ou estamos nos movendo em direção a um ambiente de comunicação científica online no qual o conhecimento e a  formação de opinião estão sendo moldados pelos sistemas de busca  que apresentam os resultados, estreitando nossas escolhas informacionais?

(…)

Os ambientes online estão provendo o público com grandes oportunidades para se conectar à ciência, mas os cientistas sociais estão somente começando a entender a natureza dessas conexões e seu resultado potencial sobre como as pessoas entendem as questões científicas. Além disso, novos instrumentos de coleta e análise de dados têm criado oportunidades para colaborações interdisciplinares entre ciência da computação, lingüística computacional e outras ciências sociais. Essas colaborações irão ajudar na análise das interações público-mídias na web 2.0 em mais cenários generalizáveis do mundo real.

Um mundo no qual uma em cada sete pessoas usa ativamente o Facebook, e mais de 340 milhões de tweets estão sendo postados todos os dias não é mais o mundo do futuro da comunicação científica. É a realidade de hoje. Cientistas e Cientistas Sociais devem explorar resultados de interações online sobre ciência com maior detalhamento. Esse trabalho terá que ser baseado em ciência social empírica rigorosa no lugar de conjecturas sem evidências científicas sobre como comunicar ciência complexa e algumas vezes controversa, nestes novos ambientes informacionais. Sem usar a pesquisa aplicada sobre como melhor comunicar online a ciência, corre-se o risco de criar um futuro onde as dinâmicas dos sistemas de comunicação online terão um impacto mais forte nas visões do público sobre ciência do que a pesquisa específica que os cientistas estão tentando comunicar.

Leia a nota na íntegra: 

Science, New Media, and the Public

Fontes: 

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