sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Como as licenças Creative Commons podem fazer parte do trabalho do Bibliotecário?

Por Rachel Lione

Na biblioteca universitária em que atuo recebemos rotineiramente muitos trabalhos acadêmicos para conferir a normalização bibliográfica, elaborar fichas catalográficas entre outras dúvidas. Junto com estas questões é comum recebermos dúvidas relacionadas aos direitos autorais. A maioria dos autores desconhecem como garantir seus direitos autorais de uma determinada obra, e acreditam, por exemplo, que a obtenção de um número de ISBN será suficiente para garanti-los.


Outra dúvida muito recorrente é se há alguma “frase padrão” para ser colocada no verso da folha de rosto explicitando como o autor gostaria que sua obra fosse utilizada por terceiros. A orientação que damos é: obtenha uma licença Creative Commons.


As licenças Creative Commons resolvem questões mencionadas, eliminando a necessidade de intermediários, como editoras e gravadoras, para garantir os direitos autorais de uma determinada obra e qualquer pessoa pode verificar o que é permitido ou não pelo autor apenas observando a licença que lhe foi atribuída. 


Essas licenças, criadas em 2002,  baseadas no movimento de software livre, ajudam a garantir que obras desenvolvidas coletivamente não se tornem propriedade de uma única pessoa. Considerando este contexto, as licenças foram configuradas em design de 3 camadas:


  • Camada de texto legal: refere-se às licenças em linguagem jurídica

  • Camada legível por humanos: referente a um resumo explicativo para o público geral

  • Camada legível por máquinas: traduz as informações da licença para linguagem legível por máquinas utilizadas em motores de busca.


Dessa forma, ao escolher uma licença Creative Commons o autor obtém um texto padrão o qual ele informa a maneira como deseja que acessem, distribuam e usem sua obra. 


Como obter uma licença Creative Commons?

Basta que o titular dos direitos acesse o site: https://br.creativecommons.org/ clique em “Publique seu conteúdo”,  responda a duas questões que são a base de combinações para os tipos de licenças: se o autor permite que adaptações do seu trabalho sejam compartilhadas e  se permite usos comerciais do seu trabalho. 





Após responder, o site mostra a licença que foi escolhida juntamente com um código padrão a ser inserido no trabalho, e também um resumo dos direitos e as obrigações em texto legível por máquina. Além disso, é disponibilizado um código para criar um ícone da licença (chamado de botão), caso o trabalho esteja em uma página web.  


Se o trabalho estiver em suporte físico é possível inserir um texto padrão ou um “botão” da respectiva licença com uma pequena instrução. 


Apesar de não ser o objetivo da organização reunir as obras que foram licenciadas, no site do Creative Commons existe uma caixa de busca para localizar obras que receberam as licenças. 

Outro ponto importante é que o autor não é obrigado a atribuir uma licença para sua obra, no entanto após a atribuição, não é possível mudar o tipo de licença.


Sendo assim, o bibliotecário pode atuar na orientação de seus usuários tanto para entender como funcionam as licenças dos materiais que estão utilizando, tanto para atribuir licença em trabalhos que produziram e que desejam preservar seus direitos autorais.


Você já faz uso da atribuição de licenças? Deixe seu relato nos comentários.


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Publicado originalmente em: https://rachellione.blogspot.com/2020/09/creative-commons-bibliotecarios.html

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