[trad. livre nossa resumida de http://bit.ly/1yqLF15]
Na escrita, música, fotografia e
outras áreas, tecnologias desatualizadas tem sido valorizadas por seu valor
“retrô”, seu apelo nostálgico e hipster. O vinil é uma dessas tecnologias que mais
tem despertado esse revival, no entanto, isso acontece não somente por seu
valor "retrô", mas também pela qualidade do som.
Nessa onda nostálgica muitas
pessoas têm notado também os benefícios relativos à segurança oferecida por
essas tecnologias anacrônicas. A máquina de escrever por exemplo têm vivido um
revival na política. No começo deste ano o político alemão Patrick Sensburg
anunciou que os oficiais do governo alemão podem começar a usar máquinas de
escrever, pois elas são uma tecnologia não "hackeável".
O mesmo aconteceu no governo
russo, onde, em 2013 o chefe do serviço de segurança federal Nikolai Kovalev disse que do ponto de vista
de manter as coisas secretas, o método mais primitivo é preferível: “uma mão
humana usando uma caneta ou um máquina de escrever”.
O uso de velhas tecnologias é
criticado por ser anacrônico e pretencioso, mas muitas pessoas, do meio político ao meio
artístico, estão reconhecendo os seus benefícios.
A tecnologia analógica não é
valorizada somente por ser nostálgica, pelo seu valor “retrô”, mas por sua
simplicidade em um mundo cada vez mais digitalizado que é vulnerável à
hackers e com brechas à privacidade. Assim,
enquanto a tecnologia digital é anunciada como a mais eficiente em termos de
velocidade e produtividade, as velhas tecnologias oferecem alguma coisa talvez
mais valiosa, mas subestimada.
E não é
somente as máquinas de escrever que ganharam um novo significado, a fotografia
analógica se tornou popular de uns anos para cá com o movimento chamado
Lomografia, cujo objetivo é produzir fotografias com low-fi quality, ou seja, de qualidade não convencional ou
propositalmente baixa. E em relação à privacidade, a exemplo das máquinas de
escrever, as câmeras analógicas ganham.
Mas se nós
voltarmos atrás em termos de tecnologia, isso significa que a sociedade estará
regredindo, andando na contramão da doutrina do progresso? Estaremos numa cultura
de regressão?
Para o
autor, isso depende do que entendemos como progresso. Pois este retorno às
velhas tecnologias pode ser um progresso devido à maior priorização do conteúdo
em detrimento da supervalorização da mídia, e assim também em relação à maior
valorização da qualidade versus velocidade, e da privacidade versus exposição
excessiva.
Dado o impacto que as novas tecnologias tem sobre o cérebro em termos de
memória e criatividade, forçar o cérebro a ir com mais calma usando as velhas
tecnologias pode realmente ser um progresso natural ao invés de regressão. Ou,
se nós regredirmos em termos de tecnologia, nós podemos progredir em termos de
intelecto, criatividade e privacidade.
E você, o que acha?
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