O Brasil é recordista mundial em cesarianas, e os índices mais alarmantes são no setor privado, com 88% dos nascimentos. Os dados são da pesquisa da Fiocruz, Nascer no Brasil, a primeira e mais completa sobre partos e nascimentos no país. O estudo, coordenado pela pesquisadora da ENSP, Maria do Carmo Leal, e realizado em parceria com diversas instituições científicas do país, revela que a cesariana corresponde ao total de 52% dos partos realizados, mesmo em adolescentes.
A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que somente 15% dos partos sejam realizados por meio de procedimento cirúrgico. O número excessivo de cesarianas expõe desnecessariamente as mulheres e os bebês aos riscos de efeitos adversos no parto e nascimento.
Embora 70% das brasileiras optem pelo parto normal no início da gestação, são poucas as que conseguem, tanto no setor púbico quanto no privado. Além disso, o modelo de atenção ao parto normal no Brasil é extremamente medicalizado, com intervenções excessivas e uso de procedimentos que, além de não serem recomendados pela OMS como rotina, provocam dor e sofrimento desnecessários. “Este modelo não inclui as boas práticas obstétricas”, afirma a pesquisadora que aponta na entrevista outros dados importantes do estudo.
Abaixo, assista à entrevista com a pesquisadora Maria do Carmo Leal sobre o Nascer no Basil:
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