quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Mulheres tem pouca presença em revistas científicas

A presença de mulheres nas mais destacadas revistas científicas do mundo é extremamente baixa, conclui um estudo que quantifica as disparidades de gênero nas diversas especialidades.
  
O estudo, publicado na Nature de 11 de dezembro de 2013, analisa 5,4 milhões de artigos publicados entre 2008 e 2012 em revistas científicas indexadas na base de dados Web of Science da Thomson Reuters, concluindo que menos de 30% dos artigos tem como autora principal mulheres, contra pouco mais de 70% liderados por homens.

As mulheres se igualaram aos homens em quantidade de artigos em somente 5% dos países com artigos na web of Science. Em apenas 9 países o número de artigos de pesquisadoras  superou o de homens.

Pela pesquisa, as mulheres têm menos trabalhos com autores de outros países e seus artigos têm menos impacto em citações.

Na América Latina, os países com maior proporção de mulheres co-autoras são Argentina (0,915:1), República Dominicana (0,902:1), Honduras (0,827:1), Paraguai (0,8:1), Guatemala (0,76:1) e Haití (0,734:1). No outro extremo temos: Perú (0,443:1), Equador (0,441:1), Chile (0,425:1), Panamá (0,39:1), Suriname (0,381:1) e Guiana (0,207:1).

Entre os 30 países com mais artigos publicados, o Brasil é o terceiro com maior proporção de mulheres co-autoras (0,678:1), depois da Polônia (0,754) e de Portugal (0,742).

Segundo Cassidy Sugimoto, co-autora do estudo e pesquisadora da Escola de Informática e Computação da Universidade de Indiana (EUA) – em entrevista ao SciDev.Net declarou que “fatores culturais e históricos influenciam as pessoas de um determinado gênero a se dedicarem a distintos tipos de trabalho, e isto varia de país a país. E qualquer medida visando alcançar um equilíbrio de gênero no âmbito científico deverá levar em conta essa complexidade”.

Link para o artigo da Nature:

Bibliometrics: Global gender disparities in science


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