A presença
de mulheres nas mais destacadas revistas científicas do mundo é extremamente
baixa, conclui um estudo que quantifica as disparidades de gênero nas diversas
especialidades.
O estudo,
publicado na Nature de 11 de dezembro de 2013, analisa 5,4 milhões de artigos
publicados entre 2008 e 2012 em revistas científicas indexadas na base de dados
Web of Science da Thomson Reuters, concluindo que menos de 30% dos artigos tem
como autora principal mulheres, contra pouco mais de 70% liderados por
homens.
As mulheres se igualaram aos homens em quantidade de artigos em
somente 5% dos países com artigos na web of Science. Em apenas 9 países o
número de artigos de pesquisadoras superou o de homens.
Pela pesquisa, as mulheres têm menos trabalhos com autores de
outros países e seus artigos têm menos impacto em citações.
Na América Latina, os países com maior proporção de mulheres
co-autoras são Argentina (0,915:1), República Dominicana (0,902:1), Honduras
(0,827:1), Paraguai (0,8:1), Guatemala (0,76:1) e Haití (0,734:1). No outro
extremo temos: Perú (0,443:1), Equador (0,441:1), Chile (0,425:1), Panamá
(0,39:1), Suriname (0,381:1) e Guiana (0,207:1).
Entre os 30 países com mais artigos publicados, o Brasil é o
terceiro com maior proporção de mulheres co-autoras (0,678:1), depois da
Polônia (0,754) e de Portugal (0,742).
Segundo Cassidy Sugimoto, co-autora do estudo e pesquisadora da
Escola de Informática e Computação da Universidade de Indiana (EUA) – em
entrevista ao SciDev.Net declarou que
“fatores culturais e históricos influenciam as pessoas de um determinado gênero
a se dedicarem a distintos tipos de trabalho, e isto varia de país a país. E
qualquer medida visando alcançar um equilíbrio de gênero no âmbito científico
deverá levar em conta essa complexidade”.
Link para o
artigo da Nature:
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