quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Especialistas defendem desenvolvimento de universidades de classe mundial

Um dos assuntos discutidos no Symposium on Excellence in Higher Education realizado de 23 a 24/01 pela Fapesp e Academia Brasileira de Ciências foi o desenvolvimento no Brasil de universidades de classe mundial.

Leia alguns trechos:

Ao mesmo tempo em que a excelência de ensino deve ser a meta de todas as universidades brasileiras, algumas poucas instituições do país teriam hoje condições de dar um salto de qualidade e tornarem-se de classe mundial em pesquisa científica.

A diferenciação no sistema de ensino, reconhecendo as instituições com vocação para desenvolver pesquisa de nível internacional, tem sido apontada pela ABC há pelo menos uma década, quando foi publicado o documento "Subsídios para a Reforma do Ensino Superior", lembrou Hernan Chaimovich, vice-presidente da ABC e assessor especial da Diretoria Científica da Fapesp.

Para o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Acadêmico Jorge Guimarães, entre os desafios que terão de ser enfrentados pelas instituições no caminho para desenvolver pesquisa de classe mundial, destacam-se as necessidade de maior autonomia e sistemas eficientes de governança, internacionalização das operações de ensino e pesquisa (o que inclui aumentar o número de colaborações internacionais efetivas, maior mobilidade de alunos e pesquisadores, aumentar o número de cursos regulares oferecidos em outras línguas, atrair estudantes e pesquisadores estrangeiros e aumentar o número de publicações com parceiros internacionais), redução no número de horas que o estudante passa em sala de aula, investimentos em residências estudantis dentro do campus.

Ao falar sobre os desafios para alcançar a excelência em pesquisa, o diretor científico da Fapesp e Acadêmico Carlos Henrique de Brito Cruz, comentou que, embora a produção científica brasileira tenha crescido significativamente nos últimos anos, o impacto dos artigos publicados continua abaixo da média mundial - atrás de países como Argentina, Espanha, China e Coreia do Sul.

Para a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Acadêmica Helena Nader, o peso da ciência que cada universidade produz é um fator relevante e, portanto, o investimento não pode ser o mesmo para todas as instituições.

Renato Pedrosa, do Centro de Estudos Avançados (CEAv) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), defendeu a necessidade de autonomia para que as instituições definam internamente a forma de contratação e promoção de docentes, bem como a estruturação da carreira acadêmica.

Para Pedrosa, as instituições não devem ficar presas ao modelo de estatuto do funcionalismo público e deveriam poder desvencilhar, quando necessário, as atividades de ensino e de pesquisa, criando diferentes modelos de carreira acadêmica de acordo com a vocação de cada instituição.
 
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