terça-feira, 30 de julho de 2013

Conselho em Bioética para o Brasil


Em reportagem do Valor, especialista defende a criação de um conselho no Brasil, como os que já existem nos países europeus

A trindade da ficção científica do século XX - "1984″, de George Orwell; "A Revolução dos Bichos", também de Orwell; e "Laranja Mecânica", de Anthony Burgess -, traz à tona temas recorrentes e atuais na sociedade contemporânea. Os livros abordam assuntos que hoje ultrapassam campos sociopolíticos e filosóficos e pautam a bioética. No seu escopo estão aspectos éticos da preservação da qualidade de vida em um mundo já bastante devastado por uma tecnização brutal, o debate sobre a ética ambiental, os direitos fundamentais das futuras gerações e o desenvolvimento sustentável, entre tantas outras questões.

"Conflitos morais sempre existiram e sempre existirão", diz o professor Volnei Garrafa, coordenador da cátedra Unesco de Bioética da Universidade de Brasília (UnB). "A história comprova, porém, que um cenário extremamente contra ou excessivamente a favor obstrui a ciência e o desenvolvimento de um país." É justamente para equilibrar esse movimento que se coloca a bioética. Uma área de diálogo, que tem ganhado força desde que o termo foi cunhado, a partir da Segunda Guerra Mundial, quando testes com energia nuclear, a bomba atômica e experimentos humanos pelos nazistas levaram o mundo a reavaliar os objetivos das pesquisas.

Segundo Garrafa, todos os países da Comunidade Europeia têm conselhos, sendo a França pioneira a criá-lo, em 1982. "O Brasil está atrasado", diz. "Nosso bebê de proveta nasceu em 1984, e até hoje não temos legislação para as novas tecnologias reprodutivas."

A transdisciplinaridade da bioética faz com que profissionais estejam reunidos também em torno da temática agrária, por causa dos conflitos indígenas. É ético e moral levar uma tribo para outro terreno e deixar os restos mortais de seus antepassados enterrados em um local onde será uma hidrelétrica, por exemplo? E as comunidades afetadas pelos projetos das mineradoras? Até que ponto elas são beneficiadas? Como responder a essas e outras particularidades de cada cultura?

De modo geral, obras de infraestrutura sempre serão polêmicas, pois as intervenções são grandes, inclusive com alteração de paisagem. "É preciso avaliar caso a caso, mas o certo é que o tema está cada vez mais vez mais adequado à sustentabilidade e ainda se faz muito marketing social nesse sentido", diz Paulo Fortes, vice-diretor da Faculdade de Saúde Pública da USP. "A bioética surge a partir da teoria dos direitos humanos, que nada mais é que justiça social."

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Assinaturas de bases de dados renovadas

Informamos sobre a renovação das seguintes bases de dados:

(1) as bases EBSCO  foram renovadas para o período de 01 de julho de 2013 a 30 de junho de 2014 - http://search.ebscohost.com/

AGELINE – fonte para a literatura da gerontologia social e sobre as questões do envelhecimento. Inclui conteúdos nas áreas de ciências da saúde, psicologia, sociologia, serviço social, economia e política pública. Também inclui informações para profissionais que trabalham em áreas relacionadas com o envelhecimento e para os consumidores. Fornece acesso ao texto completo a mais de 200 periódicos, livros e relatórios.

ART FULL TEXT – base que indexa artigos e resumos de periódicos publicados em todo o mundo. Indexa, também, anuários e boletins em língua inglesa, bem como periódicos publicados em holandês, francês, italiano, alemão, japonês, espanhol, e sueco. Além de artigos, Art Full Text traz reproduções de obras de arte que aparecem nos periódicos indexados. Os assuntos cobertos pela base de dados são: Antiguidades, Arqueologia, Arquitetura e História da Arquitetura, História da Arte, Informática em Arte, Artesanato, Artes Decorativas, Design de Moda, Arte Popular, Artes Gráficas, Design Industrial, Design de Interiores, Paisagismo, Cinema, Museologia, Pintura, Fotografia, Cerâmica, Escultura, Televisão, Têxteis, Vídeo.

BUSINESS BOOK SUMMARIES – fornece acesso à informações descritivas dos principais livros da área de negócios, contendo resenhas, conceitos-chave, resumo completo, visão geral das características do livro e índice analítico. Disponibiliza ainda centenas de resenhas em formato áudio.

BUSINESS SOURCE COMPLETE – fornece acesso ao texto completo dos mais importantes periódicos da área de Administração e Negócios. Sua cobertura compreende itens desde 1886 de mais de 2.400 revistas, aproximadamente 1.000 livros, além de estudos de casos, relatórios econômicos, vídeos, entrevistas etc.

ECONLIT FULL TEXT – fornece acesso ao texto completo de mais de 600 publicações, incluindo os periódicos da  American Economic Association, somando mais de um milhão de registros, compreendidos desde 1886.

EDUCATIONAL ADMINISTRATION ABSTRACTS – inclui registros bibliográficos que abrangem áreas relacionadas à administração da educação, incluindo a liderança educacional, gestão educacional, pesquisa educacional e outras áreas de relevância correlatas. Os registros são selecionados a partir das principais fontes da área, como o Educational Administration Quarterly, Review of Higher Education, Journal of Educational Administration dentre outros. O arquivo impresso desta coleção já foi completamente digitalizado e sua cobertura compreende mais de 46 anos de publicações.

HISTORICAL ABSTRACTS – base de dados que cobre a história do mundo, de 1450 até o presente. Indexa artigos de mais de 2.600 revistas, além de teses e dissertações, trabalhos apresentados em congressos, etc, publicados desde 1955, em mais de 40 línguas.

HUMAN RESOURCES ABSTRACTS – base de dados cedida como cortesia que compreende mais de 116 mil registros referenciais sobre a área de recursos humanos desde 1975.

PUBLIC ADMINISTRATION ABSTRACTS – base de dados cedida como cortesia que compreende mais de 93 mil registros referenciais da área de Administração pública desde 1974.

SHOCK & VIBRATION DIGEST – fornece acesso a um amplo conteúdo das áreas de ruído, vibração, tecnologias e outras correlatas à de choque e vibração. O índice contém mais de cem mil registros que são selecionados a partir das principais fontes dentro da disciplina. O arquivo completo deste índice foi digitalizado e possui uma cobertura de conteúdos desde 1969.

URBAN STUDIES ABSTRACTS – inclui registros bibliográficos que abrangem áreas essenciais relacionadas com o estudo de cidades e regiões, esse banco de dados explora temas como assuntos urbanos, desenvolvimento comunitário, história urbana e outras áreas de relevância para a disciplina. A base compreende registros das principais fontes da área de Estudos Urbanos, tais como: Urban Affairs Review, Urban studies e Journal of Urban Affairs. O arquivo completo desta base de dados foi digitalizado e sua cobertura compreende itens desde 1973.

(2) as revistas da base InfoSci da IGI-Global foram renovadas para o período de 03 de julho de 2013 a 02 de julho de 2014 -  http://www.igi-global.com/gateway/ e está sendo integrada no Portal de Busca Integrada da USP http:www.buscaintegrada.usp.br .

INFOSCI®–JOURNALS - coleção de texto completo de revistas revisadas por pares que cobrem mais de 200 disciplinas relacionadas com tecnologia, negócios, medicina e engenharia. A coleção compreende mais de 11 mil artigos e mais de 225 mil citações. Trata-se de importante recurso educacional para estudantes e pesquisadores, permitindo ainda que seja utilizado por plataformas de ensino a distância.

Boa Pesquisa!

Doodle de hoje: Rosalind Franklin

O doodle de hoje do google homenageia o 93º aniversário de nascimento da cientista inglesa Rosalind Franklin. O blog da BCRP postou sobre ela há algum tempo atrás:

A "dama obscurecida" do DNA



Confira!
Vale a pena conhecer a vida e obra dessa cientista injustiçada pela discriminação de gênero.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Sacudindo as Ciências Sociais

Artigo publicado no New York Times aborda a estagnação das ciências sociais e defende uma r/evolução e modernização nos tópicos estudados por essa área do conhecimento. O autor acredita que o desprestígio das ciências sociais se deve principalmente ao fato de serem estudados sempre os mesmos temas e assuntos, diferente das ciências naturais, que vêm acompanhando a interdisciplinaridade do mundo contemporâneo. Nesta área novas disciplinas interligadas são oferecidas pelas universidades em substituição às já ultrapassadas, coisa que não ocorre nas ciências sociais.

O autor cita os exemplos de departamentos da sua época de graduação que já foram substituídos por outros: departamentos de anatomia, histologia, bioquímica e fisiologia desapareceram, em seu lugar, os departamentos inovadores: biologia de células-tronco, biologia de sistemas, neurobiologia e biofísica molecular.

As ciências sociais no entanto, continuam estudando os mesmos tópicos – poder do monopólio, discriminação racial e desigualdades de saúde – que não deixam de ser importantes – mas sua observação repetida não resolverá seus problemas, estando na hora de novos temas serem colocados em seus lugares, tais como neurociência social, economia comportamental, psicologia evolucionária, epigenética social, neuroeconomia, genética comportamental, ciência biossocial, ciência de rede e ciências sociais computacionais.

Novos departamentos e disciplinas podem ajudar os estudantes a se engajarem em novos tipos de pedagogia. Nas ciências naturais até os calouros fazem experimentos em laboratórios. Por que isso é raríssimo nas ciências sociais?  Sendo que atualmente é possível usar a internet para recrutar milhares de pessoas para participarem de experimentos randomizados?

Um exemplo interessante que o autor dá para os experimentos laboratoriais seria examinar fenômenos sociais estudados em aula, como por exemplo, como os mercados alcançam equilíbrio, como as pessoas cooperam, como os laços sociais são formados?

Ele finaliza concluindo que no século passado as pessoas procuraram resolver problemas por meio das ciências biológicas, mas que as ciências sociais prometem oferta equivalente para melhorar o bem-estar humano. Um entendimento profundo dos comportamentos coletivos e individuais poderia melhorar grandemente nossas vidas, mas para isso as ciências sociais precisam alinhar suas estruturas institucionais para as mudanças intelectuais do mundo contemporâneo.

Artigo original:  Let’s Shake Up the Social Sciences, by NICHOLAS A. CHRISTAKIS

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Concurso de Logotipo




Até o dia 16/08/2013 estão abertas as inscrições para o concurso destinado à escolha de um logotipo para o Grupo Coordenador das Atividades de Relações Internacionais do Campus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (GCARI-RP).

O concurso é destinado à comunidade USP Ribeirão Preto, além do Hemocentro, HC Campus e UE.

O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis na página da Prefeitura do Campus USP de Ribeirão Preto (http://prefeiturarp.usp.br/pages/concurso/)


Mais informações pelo e-mail gcari.rp@usp.br.  

terça-feira, 16 de julho de 2013

Em tempos de informações imediatas: altmetrics

Artigo interessante publicado no The Chronicle of Higher Education fala sobre o aumento do uso de uma métrica alternativa mais condizente com o imediatismo contemporâneo para mensurar o impacto de produções acadêmicas: a “altmetrics”.

O termo “altmetrics” surgiu em 2010 quando Jason Priem, um candidato a doutorado  na School of Information and Library Science na  University of North Carolina usou-o em um tweet. Essa ideia se transformou num manifesto escrito por Priem e outros três pesquisadores, onde apontam as limitações dos filtros tradicionais para a mensuração, como os índices de citações de artigos e o fator de impacto, pois estes levam meses e até anos para disseminar os resultados. Já pela altmetrics isso pode ser coletado rapidamente, até mesmo em tempo real, podendo os pesquisadores acompanhar de que modo seus artigos, dados ou posts em blogs estão se movimentando através de todos os níveis do ecossistema acadêmico.

O artigo dá o exemplo de um pesquisador da Universidade de Washington que estuda os efeitos da mudança ambiental nos mariscos, que escolheu adicionar em seu currículo dados não convencionais: evidências do impacto online da sua pesquisa: ele registra quantas pessoas viram os posts do blog do seu laboratório, tweets sobre os achados do seu grupo de pesquisa, visitas aos seus dados de pesquisa no site Figshare, o número de downloads de slides de suas apresentações no SlideShare, e conversas sobre o trabalho no laboratório em plataformas de mídias sociais. Em sua bibliografia ele detalha não somente quantas citações cada paper recebeu, mas também quantas vezes eles foram baixados e vistos online. São tentativas de quantificar o alcance online da ciência, ele explica. Até suas anotações de pesquisas são postadas online, onde os colegas podem ver o progresso do seu trabalho.

Mas céticos e outros observadores questionam se posts de blogs, tweets e outras atividades em mídias sociais são sofisticadas  e confiáveis o suficiente para capturarem o verdadeiro impacto da pesquisa científica, cujo conceito é bastante inseguro.

(tradução livre nossa de trechos do artigo acima)


Mais artigos sobre "Altmetrics":

From bibliometrics to altmetrics: changing scholarly landscape


sexta-feira, 12 de julho de 2013

Música & Cia

Para fecharmos a semana, postamos hoje uma dica musical: o arquivo do programa Música & Cia. da Rádio USP de Ribeirão Preto.

O programa, produzido e apresentado por Claudia Lieri, vai ao ar às quintas-feiras às 16:30. Nele são relembradas a trajetória artística, as curiosidades e as músicas marcantes do intérprete favorito da MPB solicitado pelo ouvinte. Já passaram pelo programa os músicos Egberto Gismonti, Gilberto Gil, Arnaldo Antunes, Rita Lee, Céu, Verônica Ferriani, Seu Jorge, Jorge Vercilo, Ary Barroso, Carmina Juarez, Pedro Mariano, Elba Ramalho e muitos outros.

As solicitações são aceitas por telefone e e-mail:  (16) 3602.4660 e radiousprp@usp.br


Confira!

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A integração da informação em saúde: O SNOMED CT

Neste novo artigo, a Profa. Maria Cristiane B. Galvão aborda a necessidade de integração das informações sobre os pacientes no SUS, pois a dispersão das informações em diversos locais de atendimento, além de prejudicar o paciente – cujas informações clínicas  se encontram incompletas, também provoca o retrabalho, uma vez que em locais de atendimento diferentes, o profissional de saúde não possuirá as informações sobre o estado anterior de saúde do paciente.

Considerando esses e outros aspectos, em 31 de agosto de 2011, por meio da Portaria n.2073 do Ministério da Saúde, o Brasil regulamentou o uso de padrões de interoperabilidade para sistemas de informação em saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, nos níveis Municipal, Distrital, Estadual e Federal, e para os sistemas privados e do setor de saúde suplementar.

Com base nessa portaria é discutido no artigo  a necessidade de se considerar  sobre o uso de um conjunto de padrões, dentre os quais a Nomenclatura Sistematizada de Medicina – Termos Clínicos (Systematized Nomenclature of Medicine Clinical Terms,SNOMED CT), “para a codificação de termos clínicos e mapeamento das terminologias nacionais e internacionais em uso no país, visando suportar a interoperabilidade semântica entre os sistemas.”

A SNOMED CT pode ser usada para representar, recuperar e analisar dados clínicos, sendo composta, atualmente, por cerca de 311.000 conceitos ativos, 800.000 descrições e sinônimos, e 1.360.000 relações entre termos. Logo, pode-se imaginar que para usar essa terminologia no Brasil será necessário um grande e extenuante trabalho de pesquisa, tradução e harmonização terminológica para a língua portuguesa, que poderá demorar anos ou décadas, a depender dos investimentos dispensados pelo Brasil para esse processo.

Para mostrar a abrangência da SNOMED CT e de suas hierarquias, o texto apresenta alguns exemplos que foram traduzidos para o  português de forma livre pela autora.
Finalizando, o artigo seleciona três trabalhos que abordam a implementação do SNOMED CT em sistemas de informação em saúde.


Leia o artigo completo: