quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Flora Brasiliensis



A Flora Brasileira é considerada a mais rica do mundo, possuindo a maior biodiversidade vegetal do planeta, com mais de 55 mil espécies de plantas superiores e cerca de 10 mil de briófitas, fungos e algas, um total equivalente a quase 25% de todas as espécies de plantas existentes. (http://www.brazil.ru/pt/nature/flora)

Toda essa riqueza e diversidade vegetal começou a ser levantada no século XIX, pelos cientistas alemães Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), August Wilhelm Eichler (1838-1887) e Ignatz Urban (1849-1931), resultando na obra Flora Brasiliensis, cujo primeiro volume foi publicado em 1840, e o último – dos quinze volumes que a compõem, em 1906. Patrocinada pelo imperador da Áustria, Ferdinando I, pelo rei da Baviera, Ludovico I, e pelo imperador do Brasil, Dom Pedro II, levou mais de meio século para ser concluída, e ainda hoje é considerado o mais completo levantamento da flora brasileira, sendo utilizada na identificação de plantas e como referência para estudos em botânica do Brasil e de outros países da América do Sul.

Ela contém tratamentos taxonômicos de 22 767 espécies, a grande maioria de angiospermas. Os 15 volumes são divididos em 40 partes, num total de 10 367 páginas. Além das descrições taxonômicas, todas em latim, a Flora Brasiliensis contém 3 811 litografias, que ajudam na identificação de espécies.

Martius percorreu cerca de 10 mil quilômetros por terras brasileiras ao longo de três anos, registrou observações e dados de 20 mil espécies de plantas em quatro dos cinco principais ambientes naturais brasileiros – Cerrado, Caatinga e as florestas Atlântica e Amazônica.

O roteiro da viagem começou nas imediações da Corte do Rio de Janeiro, continuou em São Paulo e Minas Gerais. A expedição cruzou a Bahia, seguindo depois para Pernambuco, Piauí e Maranhão. De navio, rumou para Belém e subiu o Amazonas até o Solimões.

E agora, a melhor notícia: essa obra monumental está disponível para consulta na internet. O trabalho de adaptação da Flora Brasiliensis para o meio digital foi realizado pelo Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria) e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A digitalização das imagens para o site foi feita pelo Jardim Botânico de Missouri, nos Estados Unidos.

A versão on-line da obra traz os 3,8 mil desenhos, que podem ser consultados pelo nome científico de cada espécie, pelo volume ou pela página da obra impressa. Traz também os textos com as descrições de quase 23 mil espécies.

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